segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O Homem do Futuro


Eu não ia ver esse filme.
Tava com pouca grana e fui a um cinema mais barato que só passava filmes dublados.
Como todos os outros filmes eram estrangeiros, este, nacional, não seria dublado. Então fui ver. Meio sem certeza. Eu e minha namorada.
Só então descobri que a direção era do Claudio Torres, com quem já trabalhei em um comercial para TV, ele como diretor e eu como único ator. Depois disso, do comercial, vi alguns trabalhos dele, todos excelentes.
Vamos à crítica. Aliás, prefiro análise. O termo 'crítica' me soa antigo e sempre parece que alguém vai cair de pau no trabalho dos outros. Então vamos à análise:

1. A história, também assinada pelo Claudio Torres, é bem interessante. E perigosa. Porque é muito difícil escrever sobre o tempo, sobre voltar no tempo, alterar as coisas e manter alguma lógica entre causa e efeito. E no ponto da lógica houve uma derrapada, um pequeno furo. Pois a versão 'empresário' do personagem do Wagner Moura, dentro da lógica de causa e efeito e dentro da própria lógica apontada pelo filme, não poderia 'sobreviver' para 20 anos depois reencontrar a personagem da Aline Moraes, uma vez que ele era apenas um desdobramento do que ele poderia vir a tornar-se, caso tivesse alterado o seu próprio passado - coisa que não aconteceu.
Mas deixando este 'pequeno' detalhe de lado, o enredo é muito bem montado e fala de uma necessidade que às vezes temos de querer voltar no tempo e consertar as coisas, ainda mais se for para ficarmos ao lado de quem amamos de verdade. Fala também de aprendermos com os erros. De pensarmos nossas vidas a curto, médio e longo prazos, com começo, meio e fim. E de como pequenas atitudes podem mudar o rumo de nossas vidas.
2. A direção é impecável. A dosagem certa da emoção em cada cena. Ritmo perfeito. O clima criado para os diferentes tipos de cena teve a calibragem exata e inspirada, o que é uma marca de um ótimo diretor.
3. Detalhes técnicos como figurino, direção de fotografia, direção de arte, escolha de locações e cenário serviram como suporte ideal para a transmissão da ideia.
4. Atores brilhantes, no auge de suas carreiras, e atenção especial para Alinne Moraes que se mostra agora como uma verdadeira atriz, mais madura, e nem por isso menos bela.
5. A trilha sonora espetacular, assim como o desempenho da dupla cantando Renato Russo na cena da festa da faculdade, realmente me fizeram voltar no tempo: '...somos jovens...'

Enfim, saí do cinema com aquele gostinho de um dia bem vivido, com a alma transformada, como deve ser quando se assiste a um bom filme. Este é o papel do cinema. Parabéns, vocês conseguiram.

Um comentário:

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